segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Invasão de caranguejos na praia de Itaguaré – Prefeitura consulta especialista sobre o fenômeno


Consultar um especialista para obter um parecer técnico, foi a providência tomada pela Prefeitura de Bertioga, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, para esclarecer o fenômeno ocorrido entre os dias 5 e 10 deste mês, quando milhares de caranguejos uçá saíram do mangue e invadiram a praia de Itaguaré, fenômeno que se repetiu com menos intensidade na terça-feira, dia 15.

Conforme ressalta a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Mylene Lyra “Sabíamos que podia se tratar da alta incidência de chuva, o que diminuiu a salinidade dos manguezais e obrigou os caranguejos a procurar um local com mais salinidade. Mas achamos melhor consultar um especialista para ter um parecer mais técnico”.


Marcelo Pinheiro, biólogo especialista em caranguejo da espécie uçá, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), que estuda o caranguejo uçá desde 1998, esteve em Bertioga na última quarta-feira, dia 16, para verificar de perto o fenômeno. 

Explicando que o fato se deu por uma somatória de eventos, esclareceu que, entre os meses de dezembro e março, essa espécie de caranguejo realiza a andada, quando os machos circulam pelo manguezal a procura da fêmea para procriação. Juntando a isso, ocorreu ao mesmo tempo uma grande quantidade de chuvas, o que diminuiu a salinidade da água do mangue, obrigando os caranguejos a buscar um local com equilíbrio entre água salgada e doce, e além desses dois fatores, o ritmo lunar também interferiu: “Entre as luas nova e cheia ocorre a andada. Todos esses fatores favoreceram esse fenômeno que é raro, porém natural”, reforçou o biólogo.

Sobre a ação da Diretoria de Operações Ambientais (DOA) de recolher as espécies da praia e levar de volta ao mangue, o especialista afirmou que a providência é correta. “Muitos caranguejos poderiam morrer pelo calor da areia, por isso, essa foi a melhor medida para preservá-los”.

Pinheiro recolheu alguns animais para análise em laboratório. “Vamos fazer análise da biometria, estágio de muda e também da veia gonodal (vaso sanguíneo que carrega sangue a partir da gônada – testículo, ovário – em direção ao coração), para ver se estão em época de reprodução”. Os resultados da análise serão encaminhados para a Secretaria de Meio Ambiente de Bertioga.

Segundo Pinheiro, o fenômeno deve diminuir com a chegada da fase lunar de quarto crescente, que iniciou na última sexta-feira, dia 18, e pode se repetir no próximo domingo, dia 27, quando inicia a fase da lua cheia.

Fonte: Prefeitura do Município de Bertioga

Foto: Renata de Brito

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